Poema

No meu tempo
A escola era
Uma sala fechada
Quadrada
Nas paredes
Estavam pendurados
Uns senhores sombrios
Frios
Tinham o tamanho
Do mundo
Os mapas de
Portugal
Os caminhos
Dos meninos
Eram a rua
E o quintal
O braço
Da professora
Era comprido
Como uma cana
E quando batia
Não era na cabeça
Mas no coração
Que doía

Depois vieram as flores

Os meninos
São donos de todas as letras
Podem voar livremente
Como as borboletas
São donos de todos os números
Podem abrir janelas nos planetas
São donos de todas as cores
E se as juntarem
Formarão o arco-íris.

Sob o olhar cúmplice
Da professora.

Olinda Campos

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