Visita de Estudo ao Centro de Estudos Camilianos















Aqui ficam algumas imagens e alguns comentários dos alunos que participaram na visita:
(...) O objectivo desta visita era incentivar os alunos ao estudo da disciplina de História e Geografia de Portugal. (...) Quando entramos vimos quando o Centro de estudos foi construído. Depois vimos um teatro e, no fim, uma exposição com documentos da época de Camilo.
Nesta viagem não houve imprevistos.
Luís Oliveira
Quando chegámos ao Centro de Estudos dirigimo-nos a uma sala de teatro.
De seguida, apresentaram a peça "Amor de Perdição" baseada no livro de Camilo Castelo Branco .
No final da peça fomos ver exposições sobre a história do escritor Camilo nas quais havia poemas, quadros, objectos e até mesmo fotografias.
Depois vimos esculturas e pinturas de escultores e pintores actuais, em homenagem a Camilo Castelo Branco.
Álvaro Ferreira

(...)No final fomos ver uma exposição sobre Mulheres importantes na vida de Camilo.

De seguida, vimos exposições de trabalhos e esculturas de Camilo.

Pedro Silva

(...) Gostei muito da Visita de Estudo, foi muito interessante e fiquei a conhecer melhor a história "Amor de Perdição".

Sofia Coelho


Eu adorei a visita!

Francisco Freitas











































Visita de Estudo de História e Geografia de Portugal

Poema

No meu tempo
A escola era
Uma sala fechada
Quadrada
Nas paredes
Estavam pendurados
Uns senhores sombrios
Frios
Tinham o tamanho
Do mundo
Os mapas de
Portugal
Os caminhos
Dos meninos
Eram a rua
E o quintal
O braço
Da professora
Era comprido
Como uma cana
E quando batia
Não era na cabeça
Mas no coração
Que doía

Depois vieram as flores

Os meninos
São donos de todas as letras
Podem voar livremente
Como as borboletas
São donos de todos os números
Podem abrir janelas nos planetas
São donos de todas as cores
E se as juntarem
Formarão o arco-íris.

Sob o olhar cúmplice
Da professora.

Olinda Campos

25 de Abril


Esta é a madrugada que eu esperava

O dia inicial inteiro e limpo

Onde emergimos da noite e do silêncio

E livres habitamos a substância do tempo


Sophia De Mello Breyner Andresen (De O Nome das Coisas)

A Poesia e o 25 de Abril



A Cor da Liberdade

Quem a Tem...

Não hei-de morrer sem saber

Qual a cor da liberdade,

Eu não posso senão ser

desta terra em que nasci.

Embora ao mundo pertença

e sempre a verdade vença,

qual será ser livre aqui,

não hei-de morrer sem saber.

Trocaram tudo em maldade,

é quase um crime viver.

Mas embora escondam tudo

e me queiram cego e mudo

não hei-de morrer sem saber

qual a cor da liberdade.

Jorge de Sena, Poesia II

Refiro-me

sobretudo às mulheres

que exaustas de silêncio

são tímidas no falar

Mas a força que têm

dentro delas

faz do impossível já

seu caminhar...

não vos julgueis,

mulheres,

inferiores aos homens!

Discuti com eles

exprimi o que vos

falta:

quem sabe adivinhar quanta

igualdade?

Mas dizei também

do muito que vos sobra

de tanto tanto: amor

de dor

e de ternura!

Maria Teresa Horta

A Manhã Evidente

No fundo do túnel escuro

adivinha-se o dia.

Os homens saltam o muro

que separa o passado do futuro

_ obrigado, poesia.

Horas caíram, cinzentas

e nem ficou a saudade.

Longe o cabo das Tormentas,

precisas as ferramentas,

generosa a verdade.

Largas e limpas as canções

sem palavras convencionais.

Abertos os corações

e enterradas as prisões

na terra de nunca mais.

harmoniosas as danças,

certo o pão de cada dia,

louras as searas como tranças

e felizes os olhos das crianças

_ obrigado, poesia.

No museu a charrua,

insólito o arado,

arejada cada rua,

ultrapassada a lua

e o povo acordado.

Sidónio Muralha, Poemas

O 25 de Abril e os Cantores de Intervenção


Os homens, durante 48 anos e pico, em Portugal, eram os únicos animais amordaçados. Não podiam cantar livremente. Ao contrário dos pássaros, que são encerrados em gaiolas para «cantarem a Primavera pelas grades», aos portugueses era a mortalha de pedra de Caxias e Peniche porque haviam cantado ou poderiam cantar as realidades do país, cruciantes realidades que atemorizavam os algozes do povo, os próprios carrascos das liberdades fundamentais.
Viale Moutinho, Memória do Canto Livre em Portugal.

Antes do 25 de Abril as cantigas versavam temas como o amor, humor, repressão, exortação, paisagem humana, liberdade, guerra colonial, emigração, exílio, esperança, criança, mulher, peso da história, o trabalho, a fome, a habitação, a saudade, ... Se algumas delas foram ultrapassadas, a maioria continua actual!
Necessito da presença dos que me escutam para adquirir a convicção de que cantar tem algum préstimo e serve para alguma coisa.
José Afonso

Era De Noite E Levaram

Era de noite e levaram
quem nesta cama dormia

sua boca amordaçaram
com panos de seda fria

era de noite e roubaram
o que nesta casa havia

só corvos negros ficaram
dentro da casa vazia

rosa branca rosa fria
na boca da madrugada

hei-de plantar-te um dia
sobre o meu peito queimada
na madrugada
Luís Andrade e José Afonso


Trova Do vento Que Passa
Pergunto ao vento que passa
Notícias do meu país
E o vento cala a desgraça
O vento nada me diz
Mas há sempre uma candeia
Dentro da própria desgraça
Há sempre alguém que semeia
Canções ao vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
Em tempo de servidão
Há sempre alguém que resiste
Há sempre alguém que diz não.

Manuel Alegre e António Portugal










Cinema e Revolução


No próximo dia 24 de Abril, no âmbito das "Comemorações do 25 de Abril", serão exibidos filmes alusivos à Revolução dos Cravos, na sala dos Computadores.
Esta actividade é dinamizada pelo Departamento de Ciências Sociais e Humanas.

Os jovens e adolescentes no 25 de Abril




Já, alguma vez, imaginaste o que pensariam os jovens adolescentes no pós 25 de Abril?


Vivendo numa época de crise económica, agravada por um processo revolucionário, será que as suas dúvidas, angústias e preocupações seriam muito diferentes das actuais?


(Lembra-te que, naquela altura, poucas famílias tinham telefone e os jovens não podiam comunicar por telemóvel nem enviar SMS)


Se leres o excerto de Cecília Barreira que te apresentamos, vais ter algumas surpresas!




De 1974 a 1994 muito se alterou em termos de mentalidades e quotidiano.


(...) Os jovens, entre 1974 e 1977, viveram sensivelmente uma euforia revolucionária que atravessou toda a sociedade portuguesa e que mobilizou as pessoas para uma outra escala de valores e de representações sociais de que estiveram arredadas até aí. A contestação da ordem estabelecida pelo regime salazarista, posteriormente o marcelista, levou a que a sociedade civil se insurgisse contra os discursos conservadores, as grandes hegemonias, «Pátria, Família, Autoridade», e as normatividades relacionadas com o regime anterior. A sociedade pré-25 de Abril não conhecia a verbalização: era uma sociedade fechada, estranhamente imersa em si própria, ensimesmada. O 25 de Abril faz emergir a fala como processo catártico face a um silêncio de decénios, onde a vida privada e a esfera pública eram mantidas em secretismo.


Em 1977, numa sondagem colectiva a jovens entre os 15 e os 21 anos, traça-se o perfil do adolescente pós-25 de Abril. A política, o convívio, e a literatura são os interesses mais marcantes dessa geração. De repente, dos marxismos aos leninismos, passando pelos socialismos, a sociedade portuguesa iniciou um diálogo com a esfera política, até aí um dos maiores tabus do regime salazarista. As manifestações sucedem-se a um ritmo avassalador e a sociedade civil habitua-se a verbalizar a revolta, o inconformismo, a repulsa ou a adesão a causas, experienciando emoções nunca antes vividas. Há um lado pulsional e emocional no modo como se vive a esfera política e social que marca profundamente o 25 de Abril: são as famosas campanhas de alfabetização, que alastram pelo País fora; as campanhas cívicas do MFA; os partidos políticos, cada qual fazendo-se eco de múltiplas mensagens. A sociedade sofre um processo de ideologização, onde mesmo os que se dizem a-políticos e apartidários tomam uma posiçao definida.

Curiosamente, na mesma sondagem aos jovens, em 1977, os principais problemas que os afectavam eram o espectro do desemprego, a droga, a falta de saídas profissionais, a delinquência e a falta de recursos económicos. Nas relações pais-filhos, os jovens queixam-se de autoritarismo exercido pela autoridade parental.

As canções políticas, quer portuguesas, quer brasileiras ou oriundas da América Latina, têm nessa época o auge da difusão e da popularidade. Vestia-se ganga e não se usava gravata, como fórmula abreviada de vestuário.(...)

in Barreira, Cecília, Os Estilos De Vida E Convívio Quotidiano, Portugal 20 Anos de Democracia, Círculo de Leitores



A Revolução de 25 de Abril






















16 de Março - Prenúncio do 25 de Abril com a movimentação de tropas do Regimento das Caldas da Rainha.

25 de Abril - Golpe de Estado; o MFA derruba o regime autoritário e entrega o Poder à Junta de Salvação Nacional, presidida pelo general António Spínola.
Recontros junto à sede da DGS: agentes desta polícia política dispararam rajadas de metralhadora contra os manifestantes, causando 45 feridos e 4 mortos.
Movimentações populares de apoio ao movimento das Forças Armadas com grande concentração na baixa lisboeta e em especial no Largo do Carmo.

26 de Abril - A Junta de Salvação Nacional reconhece que a solução das guerras do ultramar é política e não militar e que se deve debater este problema a nível nacional, lançando-se uma política que conduza à paz.
O almirante Américo Thomaz e o professor Marcello Caetano embarcam para o Funchal, sob custódia militar.

27 de Abril - A Junta de Salvação Nacional nomeia os chefes dos estados-maiores das Forças Armadas: o capitão de mar-e-guerra José Baptista Pinheiro de Azevedo é nomeado chefe do Estado-Maior da Armada, sendo promovido a vice-almirante, o brigadeiro Jaime Silvério Marques é nomeado chefe do Estado-Maior do Exército, sendo promovido a general, o general piloto-aviador Manuel Diogo Neto é nomeado chefe do Estado-Maior da Força Aérea.

28 de Abril - Chegam a Santa Apolónia, vindos de Paris, os dirigentes do PS, Dr. Mário Soares, Dr. Ramos da Costa, que estava há 13 anos exilado em Paris e engenheiro Tito de Morais.
A Junta de Salvação Nacional envia para a Imprensa Nacional os primeiros diplomas, através dos quais destituí dos seus cargos o almirante Américo Thomaz, o chefe do Governo, Marcello Caetano, e os ministros, secretários e subsecretários de Estado do seu gabinete. A Assembleia Nacional e o Conselho de Estado são também dissolvidos. Estes poderes passam a ser exercidos pela Junta de Salvação Nacional (aprovado em 25 de Abril).

29 de Abril - A Junta de Salvação Nacional nomeia o general Costa Gomes no cargo de chefe do
Estado-Maior-General das Forças Armadas.

30 de Abril - É instituído o dia 1 de Maio como feriado nacional obrigatório(aprovado em 27 de Abril).

1 de Maio - Cerca de um milhão de pessoas celebram euforicamente, em manifestações por todo o país, o Dia do Trabalhador. São as primeiras manifestações livres desde há quase 50 anos.
A Junta de Salvação Nacional é reconhecida internacionalmente.

Dados recolhidos em Portugal 20 Anos de Democracia, coordenação de Reis, António, Círculo de Leitores

25 de Abril


Dia da Liberdade, 25 de Abril


Actualmente, existem muitos documentos que nos permitem conhecer bem a Revolução do 25 de Abril (filmes, livros, notícias, reportagens, fotografias,...), mas o que é que cada um de nós sabe sobre o assunto?

Durante o mês de Abril, iremos divulgar algumas curiosidades. Fica atento!