Comemorações do Dia de Bernardino Machado


Por ocasião do aniversário do seu falecimento, no dia 28 de Abril de 1944, comemora-se na Escola Bernardino Machado o "Dia do Patrono".
Discurso Proferido por Sua Excelência, o Presidente da República Bernardino Machado, na Escola que tem o seu nome, na vila de Seus Avós.
Chamo-me Bernardino Luís…. Machado.
E como todos vocês, já fui menino, o menino Bernardino.
Nasci no Rio de Janeiro mas não quis o destino que eu fosse brasileiro.
Quando me caiu o primeiro dente nem sonhava que, um dia, seria ministro quanto mais presidente.
Regressei, com os meus pais, a Portugal e vim morar para Joane onde viviam os meus avós. (Como tudo isto está diferente!)
Desde muito cedo, gostei de números e de saber e entender o que se passava à minha volta. Fui para a Universidade, formei-me em Matemática e Filosofia, quem diria…
E já o “bichinho” da política mexia.
Fui proposto como deputado e dediquei-me, também, ao ensino, outra das minhas grandes paixões.
Casei com a minha esposa, Elzira Dantas, com a qual concretizei uma das maiores proezas da minha vida, ser pai de dezanove filhos (que o diga o meu neto Julinho, o sexólogo) e, já um homem casado, fui eleito por Lamego.
De deputado a ministro foi um salto de pardal mas, à medida que ia amadurecendo, as minhas convicções foram mudando e de monárquico desiludido passei a republicano convicto.
Fui membro do Directório do Partido Republicano e aí privei com os grandes vultos da I República, uma menina ainda e agora centenária, António José de Almeida, Afonso Costa e outros.
Em 1907, estive ao lado da luta dos estudantes e pedi a exoneração do cargo de lente da Faculdade de Filosofia.
Em 1910, todos sabem o que aconteceu… Isso mesmo, a Implantação da República e fui nomeado Ministro dos Negócios Estrangeiros.
Regressei à minha terra natal como Ministro de Portugal, da qual sairia para ocupar o cargo de Presidente da República e Ministro da Justiça.
Períodos difíceis e conturbados esses, o Mundo vivia a sua I Grande Guerra e foi, nessa altura, que ocupei o cargo de Presidente da República, desta vez por eleição.
Em 1917, visitei as nossas tropas na frente de guerra e, nesse mesmo ano, fui obrigado a ir para o exílio, em Paris, com a minha família.
Depois do assassinato do Sidónio Pais, tive autorização para regressar à minha Pátria e quando Teixeira Gomes renunciou ao cargo de presidente, fui novamente eleito.
Renunciei ao cargo depois do golpe militar de 1926. Uma ditadura, militar ou de outra natureza, nunca esteve nos meus planos.
Novamente obrigado a deixar a minha Pátria, percorri o caminho de muitos outros portugueses, primeiro a Espanha e depois Paris.
Se fui muito criticado por ter abdicado do cargo em 1926, fiel aos meus desígnios, não me poupei a esforços para unir os portugueses nas situações difíceis e na luta contra o salazarismo.
Fui um lutador e defendi os meus ideais junto das instituições internacionais, o meu inimigo era a ditadura, nunca o povo português.
Quando o regime salazarista concedeu amnistia aos exilados políticos, em 1940, regressei a Portugal com Jaime Cortesão e fiquei com residência fixa em Paredes de Coura (era assim a liberdade daquela época).
Passados dois anos, morreu a minha esposa e mudei-me para o Porto, onde, segundo consta, virei a falecer dois anos mais tarde. Com a minha morte, preguei mais uma grande partida a Salazar. O meu enterro, em Famalicão, a cidade onde escolhi optar pela nacionalidade portuguesa, viu, então, uma das maiores manifestações anti-regime. Enfrentando a polícia política, anti-fascistas, republicanos, maçónicos, democratas uniram-se para me prestarem a última homenagem, e que homenagem! De se lhes tirar a cartola!
Por último, para me despedir de vocês com novas mais alegres, só vos queria dizer que também fiquei conhecido pela minha cordialidade e simpatia, qualidades nem sempre acarinhadas e que tanta falta fazem e, em minha homenagem, até fizeram um vinho do Porto Bernardino Machado e é com ele que eu quero brindar à Vossa Escola, à República e, acima de tudo, à Liberdade.
Viva A Escola Bernardino Machado!
Viva A República!
Viva A Liberdade!

Por Olinda Campos


1 comentário:

TTSC anty 6ºg disse...

Bem quando eu estava a andar nessa escola, eu achava-a uma seca desculpem a expressão mas tou-vos a ser sincera.... Eu tenho mts saudades de andar na EB2,3 Bernardino Machado principalmente de uma turma 6ºg a melhor turma que tive ate hoje dia 23.03.2011...! mas nao gosto mt de lamechices. Só mais uma coisa continuem assim adoro-vos pra lém de ser uma rebelde e só fazer asneiras... Vocés estao e vao estar sempre no meu <3 bj