Reportagem da Visita de Bernardino Machado
Comemorações do Dia de Bernardino Machado
Se eu fosse o Presidente Bernardino Machado, por um dia, gostaria de…
Fazer casas para os sem-abrigo.
Ter melhorado as condições de vida do povo, ajudar a melhorar as suas condições de trabalho nas fábricas e melhorado os meios financeiros do País.
Ter acabado com os assaltos e a pobreza.
Mandava construir mais escolas, mais infantários dos 4 aos 7 anos, fazia algumas viagens a África, (Moçambique) e pensava em não passar por cima dos outros para obter o meu objectivo, sendo ele melhorar Portugal.
Ter feito uma casa luxuosa para os sem-abrigo, fazer baixar os preços dos produtos e pôr câmaras de vigilância em todas as lojas.
Tinha tomado medidas, tais como, o povo teria de ter tantos direitos como a burguesia, o trabalho no campo teria de ser feito pelos próprios donos, com a ajuda de alguém, claro…
Construir uma escola para quem quisesse aprender todas as moedas que já tivessem existido em todo o mundo.
Ter acabado com os tiroteios, com a escravatura e todos teriam a mesma liberdade.
Os intervalos nas escolas duravam mais tempo; não havia prisões; as aulas podiam ser mais fixes.
Punha os alunos a serem os professores e os professores a serem os alunos.
Ouvir as opiniões de todos os que estavam à minha volta para melhorar a vida de todos.
O povo tinha salários mais altos; o preço da comida diminuía; dava material escolar aos mais pobres.
Ter criado mais empregos, ter feito mais edifícios, ter melhorado as condições de vida das pessoas.
Fazia mais postos de trabalho, melhores condições de vida e que as pessoas começassem a ser mais bem pagas.
Pôr mais escolas nas cidades, melhorar o “estabelecimento” do povo, melhorar os salários dos empregados.
Gostaria que o povo fosse tão bem pago como a nobreza e o clero e gostaria que a minha população fosse muito feliz.
Aumentava o salário, mandava fazer casas mais baratas e os trabalhadores trabalhavam 8 horas por dia.
Não deixava ninguém desempregado, punha tudo a trabalhar em fábricas, agricultura, etc.
Retirava as tropas da Primeira Guerra Mundial, construía uma casa para a Sopa dos Pobres e fazia um abrigo para animais abandonados.
Fazia novas casas com mais condições para o povo, impedia todas as crianças de trabalharem, tentava ajudar o operariado, criava ainda mais universidades, ajudava o povo para se alimentar e vestir melhor, fazia mais divertimentos. No fundo, tentava que o meu povo estivesse sempre de bem com a vida.
Diminuía os preços dos produtos, desenvolvia mais as cidades e aumentava os salários e melhorava os bairros.
Teria diminuído o desemprego, teria modernizado mais as cidades, mandado fazer mais hospitais e mais coisas que melhorassem Portugal.
O povo podia fazer greve, o povo tinha os mesmos direitos e, ao sábado e ao domingo, tinha descanso.
Acabava com os grupos sociais, todos tinham os mesmos direitos.
Em primeiro lugar que acabasse o analfabetismo, dava melhores salários e melhores condições de trabalho aos operários fabris.
O povo ganharia um bom salário.
A burguesia teria de pagar aos seus criados e a quem trabalhasse nas suas terras.
Gostaria de dar mais direitos aos trabalhadores e gostaria de fazer alguma coisa para que o número de pessoas com falta de alimentos diminuísse.
Tentava melhorar o trabalho do campo e a vida dos camponeses.
Passaria a haver um dia de greve por mês. Todas as pessoas ganhariam mais do que o ordenado mínimo.
Acabava com a crise descendo os preços, assim as pessoas compravam mais e ganhavam mais. Subia os ordenados e reduzia o número de horas de trabalho.
Gostava de ajudar mais Joane, tornando-a uma terra maior e não tinha inventado esta escola!
Tornava as escolas mais seguras. Podia haver greve quando apetecesse. Os pobres tinham de ter casa e se não tivessem o Governo pagava.
Acabar com a pobreza e colocar toda a gente em igualdade, ou seja, um pouco do dinheiro dos ricos iria para os pobres e arranjava alojamento para eles como um ponto de abrigo.
As medidas que gostaria de ter tomado era dar mais apoio ao povo do campo, dar comida, água potável, roupa… Ensinar mais pessoas a ler e escrever.
Mudar as ruas todas, fazer muitos teatros, acabar com as aulas, estar sempre a trabalhar.
Baixar os preços, dar algum dinheiro ao povo.
Pôr ordem no País e todos seriam iguais; se pudesse, as pessoas doentes que tinham menos dinheiro e que não se conseguissem curar eu fazia com que se tratassem e ficassem boas para ter um Portugal Alegre.
A primeira coisa que eu fazia era que a classe popular tivesse mais direitos e pudesse receber mais dinheiro e ter melhores condições de vida; em vez de viver em Bairros de Lata pudesse viver nas cidades, em boas casas.
Na escola, os professores não deviam ser tão exigentes.
Eu tomava as mesmas medidas que o Presidente porque ele fez o mesmo que eu faria!
Dar mais direitos, não haver diferenças em matéria de dinheiro, os burgueses deviam ter o mesmo que o povo e toda a gente devia ter terras, casas grandes…
A liberdade seria para todos… Se calhar fazia como Ele…
O povo teria os mesmos direitos que a burguesia. Todas as pessoas teriam liberdade para fazerem o que quisessem.
Estabelecia regras para trabalhadores e patrões. Como, naquela altura, havia mais gente pobre do que rica, os casais ou pessoas ricas em vez de terem vivendas luxuosas podiam contribuir obrigatoriamente (para diminuir a pobreza).
Durante um dia, sinceramente, acho que não dava para fazer muito mas sugeria ao Parlamento que fizesse uma lei que estabelecesse que tanto os homens como as mulheres recebessem um ordenado igual e justo e que fosse proibido o trabalho de menores.
Criava escolas primárias, secundárias e universidades, melhorava os salários, realojava as pessoas sem condições de vida e criava novos postos de trabalho; claro que, também, criaria áreas florestais ou reservas naturais porque tem de se Pensar no Ambiente.
Respostas dadas pelos alunos das turmas 6º D e 6º C, revistas e compiladas pela professora de H.G. P., Olinda Campos
Comemorações do Dia de Bernardino Machado
E como todos vocês, já fui menino, o menino Bernardino.
Nasci no Rio de Janeiro mas não quis o destino que eu fosse brasileiro.
Quando me caiu o primeiro dente nem sonhava que, um dia, seria ministro quanto mais presidente.
Regressei, com os meus pais, a Portugal e vim morar para Joane onde viviam os meus avós. (Como tudo isto está diferente!)
Desde muito cedo, gostei de números e de saber e entender o que se passava à minha volta. Fui para a Universidade, formei-me em Matemática e Filosofia, quem diria…
E já o “bichinho” da política mexia.
Fui proposto como deputado e dediquei-me, também, ao ensino, outra das minhas grandes paixões.
Casei com a minha esposa, Elzira Dantas, com a qual concretizei uma das maiores proezas da minha vida, ser pai de dezanove filhos (que o diga o meu neto Julinho, o sexólogo) e, já um homem casado, fui eleito por Lamego.
De deputado a ministro foi um salto de pardal mas, à medida que ia amadurecendo, as minhas convicções foram mudando e de monárquico desiludido passei a republicano convicto.
Fui membro do Directório do Partido Republicano e aí privei com os grandes vultos da I República, uma menina ainda e agora centenária, António José de Almeida, Afonso Costa e outros.
Em 1907, estive ao lado da luta dos estudantes e pedi a exoneração do cargo de lente da Faculdade de Filosofia.
Em 1910, todos sabem o que aconteceu… Isso mesmo, a Implantação da República e fui nomeado Ministro dos Negócios Estrangeiros.
Regressei à minha terra natal como Ministro de Portugal, da qual sairia para ocupar o cargo de Presidente da República e Ministro da Justiça.
Períodos difíceis e conturbados esses, o Mundo vivia a sua I Grande Guerra e foi, nessa altura, que ocupei o cargo de Presidente da República, desta vez por eleição.
Em 1917, visitei as nossas tropas na frente de guerra e, nesse mesmo ano, fui obrigado a ir para o exílio, em Paris, com a minha família.
Depois do assassinato do Sidónio Pais, tive autorização para regressar à minha Pátria e quando Teixeira Gomes renunciou ao cargo de presidente, fui novamente eleito.
Renunciei ao cargo depois do golpe militar de 1926. Uma ditadura, militar ou de outra natureza, nunca esteve nos meus planos.
Novamente obrigado a deixar a minha Pátria, percorri o caminho de muitos outros portugueses, primeiro a Espanha e depois Paris.
Se fui muito criticado por ter abdicado do cargo em 1926, fiel aos meus desígnios, não me poupei a esforços para unir os portugueses nas situações difíceis e na luta contra o salazarismo.
Fui um lutador e defendi os meus ideais junto das instituições internacionais, o meu inimigo era a ditadura, nunca o povo português.
Quando o regime salazarista concedeu amnistia aos exilados políticos, em 1940, regressei a Portugal com Jaime Cortesão e fiquei com residência fixa em Paredes de Coura (era assim a liberdade daquela época).
Passados dois anos, morreu a minha esposa e mudei-me para o Porto, onde, segundo consta, virei a falecer dois anos mais tarde. Com a minha morte, preguei mais uma grande partida a Salazar. O meu enterro, em Famalicão, a cidade onde escolhi optar pela nacionalidade portuguesa, viu, então, uma das maiores manifestações anti-regime. Enfrentando a polícia política, anti-fascistas, republicanos, maçónicos, democratas uniram-se para me prestarem a última homenagem, e que homenagem! De se lhes tirar a cartola!
Por último, para me despedir de vocês com novas mais alegres, só vos queria dizer que também fiquei conhecido pela minha cordialidade e simpatia, qualidades nem sempre acarinhadas e que tanta falta fazem e, em minha homenagem, até fizeram um vinho do Porto Bernardino Machado e é com ele que eu quero brindar à Vossa Escola, à República e, acima de tudo, à Liberdade.
Viva A Escola Bernardino Machado!
Viva A República!
Viva A Liberdade!
Por Olinda Campos