OS QUIOSQUES
















Originários da Turquia e da Pérsia onde eram bastante frequentes, a introdução e divulgação destas pequenas construções pela Europa verificou-se na época romântica e a ela não são estranhos o gosto ecléctico então dominante.





Inicialmente de formas orientais, os quiosques passaram rapidamente a ser, pelo exotismo das suas formas, uma das peças de mobiliário urbano mais importantes. (...) têm vindo a sofrer profundas alterações quer com a introdução de novas formas e materiais modernos, quer (...) com a substituição de algumas destas belas peças por autênticas barracas (...)





Para além da sua reduzida dimensão, uma das características que definem e distinguem o quiosque como peça do mobiliário público é justamente a sua boa qualidade estética, a sua perfeita adaptação às funções a que se destina.





A sua forma, geralmente circular ou poligonal é acentuada por uma cobertura bastante mais larga do que essa base, cobertura onde são frequentemente mais nítidas as influências de formas orientais, e que não só serve de abrigo aos clientes que aí se dirigem, como constitui também um elemento de atracção visual de todo o conjunto que se destaca na paisagem urbana.





Material muito utilizado na época, e cuja maleabilidade de trabalho era perfeitamente adaptada às curvilíneas formas desse exotismo oriental, o ferro foi o material geralmente adoptado nessas construções que são também um reflexo desses tempos de progresso tecnológico e de novos padrões culturais.





Os quiosques que também podem designar pequenas construções colocadas para ornamentar jardins, que estiveram muito vulgarizadas nos finais do século XIX, e que eram nesses casos em geral constituídas por uma cobertura que se apoiava simplesmente sobre pilares, têm sido no ocidente principalmente utilizados como postos para a venda nos locais públicos.





Entre nós os quiosques românticos já não são muito numerosos, mas dos exemplares que nos restam a maior parte servem realmente como postos de venda, na quase totalidade das vezes, para jornais e revistas, mas há ainda alguns exemplares utilizados para o serviço de comidas e bebidas.





Mais uma razão para dedicarmos uma atenção mais demorada à grande qualidade destas pequenas e esquecidas construções urbanas e cuja recuperação, em termos actuais, já diversas povoações compreenderam ser necessárias como forma de reabilitar a tão degradada qualidade do seu espaço urbano.





José Manuel Pedreirinho





in História, nº 77

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